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Piloteiro, uma loteria
Recentemente
estive pescando no rio Xingu, mais precisamente, na
cidade de São Felix do Xingu, o rio é realmente lindo e
também muito piscoso, como pude confirmar mais tarde.
Considero o rio Xingu um verdadeiro manjar dos Deuses,
para o pescador esportivo, principalmente à aqueles que
se dedicam a pesca com isca artificiais ou a pesca de
fly. No entanto, em meio a tanta beleza, é possível encontrar uma série de coisas que nos revoltam, uma delas é a quantidade impressionante de queimadas e de madeira que é extraída dessa região. É de dar medo, nos faz pensar, o quanto a ecologia esta ameaçada e que dentro em breve, vamos ter que mostrar o que um dia foi uma a maior floresta tropical do planeta através de fotografias. Foi nesta viajem também, que pude constatar a importância da escolha de um bom pirangueiro. Ao chegarmos em São Felix do Xingu, fomos recebidos pelo Sérgio, dono da Chalana onde íamos nos acomodar, e ele me falou que estava tendo problemas em encontrar o pirangueiro com o qual havia tratado e que era tido como um dos melhores da região, más segundo ele era muito provável, que alguém tenha aparecido com uma proposta melhor e este sem dar a menor satisfação, havia partido, para fazer algum outro trabalho. Más esse problema foi logo contornado, pois já havia contratado mais dois pirangueiro. Já no segundo dia de pescaria, pudemos ter a certeza, que se tratavam de piloteiros, muito bons por sinal, pois eram muito responsáveis, conheciam muito bem o rio, más que infelizmente não podiam ser considerados pirangueiros pois não conheciam a fundo os points de pesca, no entanto, já no terceiro dia conseguíamos, nós mesmos, identificar os diferentes tipos de pesqueiros e as espécies passíveis de se encontrar nestes locais. |
Dias depois,
voltando do Xingu, resolvemos dar uma passada pelo rio
Araguaia, e novamente entramos em contato com dois
pirangueiros para que nos conduzisse a alguns pesqueiros
para praticarmos a pesca esportiva. Nova decepção, o
pirangueiro apesar de conhecer os points de pesca se
mostrou, muito abusados, tomando a liberdade de abrir
nossas caixas de pesca para procurar uma isca para ele
pescar, sem contar, que fez bom, quer dizer, muito bom
usa da nossa geladeira de isopor. Então o que era
pescaria começou a se tornar um pesadelo, pois sem
maiores esclarecimentos colocou-nos no meio da ilha do
Banana. Para quem não sabe, trata-se de uma reserva
ambiental protegida pelo IBAMA, como muito em breve
pudemos constatar, pois tivemos todo o nosso material
apreendido, isso sem dizer, na singela multa de 500 reais
e o que mais nos magoava é que não tínhamos culpa no
cartório e mesmo pescando esportivamente, pois todos os
peixes foram liberados, estávamos desempenhando o papel
de infratores. Depois de muita discussão para acertarmos
as coisas fomos liberados sem nosso material, e novamente
nos vimos entregues as mão do imprudente pirangueiro,
que foi sequer advertido. Enquanto o deixamos solitário,
o mesmo se entregou aos prazeres do álcool e quando
demos por conta do seu estado de embriagues, já
havíamos encalhados em um banco de areia, coisa que
tronou a se repetir mais duas vezes e por muita sorte
não ocorreu coisa pior, isso tudo se passou a noite,
pois ficamos até tarde com o pessoal do IBAMA tentando
nos justificar, como se não bastasse esse interlúdio
com o pirangueiro o barco estava com a gasolina só no
cheiro. Fábio de O. Salamene |